Professores de escolas públicas e trabalhadoras rurais fazem mobilização em Brasília

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Professores e trabalhadoras rurais e da floresta ocuparam a esplanada dos Ministérios em Brasília, durante os dias 16 e 17 a fim de chamar atenção dos governos e sociedade para as questões educacionais, agrárias e que dizem respeito ao direito das mulheres.

Os professores do setor público, realizaram diversas paralisações e manifestações por todo o país durante o dia 16 de agosto, como uma forma de cobrar o cumprimento da Lei do piso salarial, que determina que nenhum professor da rede pública com formação de nível médio e carga horária de 40 horas semanais pode ganhar menos do que R$ 1.187 mensais. A CNTE teve uma audiência na tarde desta terça-feira (16) com o Ministro da Educação, Fernando Haddad, onde foi pedido o cumprimento da lei. “O ministro se mostrou favorável ao movimento e disse que vai intermediar por nós”, disse Roberto Leão, presidente da CNTE. 

 

 

Já no dia 17, quarta-feira, foi a vez de trabalhadoras rurais e da floresta mostrarem sua organização através da “Marcha das Margaridas”, uma caminhada de 6 km, que mulheres de todo o Brasil realizam a cada 4 anos, para protestar contra as desigualdades sociais, denunciar todas as formas de violência, exploração e dominação e avançar na construção da igualdade para as mulheres.

A marcha leva esse nome em homenagem à Margarida Maria Alves, trabalhadora rural, líder sindical, brutalmente assassina por pistoleiros, amando de usineiros do estado da Paraíba. Segundo Maria Dolores Mota, socióloga e professora da Universidade Federal do Ceará, o crime foi brutal. “Eram aproximadamente 18 horas e Margarida estava em frente a sua casa com o marido e o filho, quando um matador de aluguel deu um tiro de espingarda calibre 12,em sua face, deformando-a. Margarida, desde 1973 ocupava a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, e à época de sua morte, havia movido 73 ações trabalhistas contra as usinas” denuncia a professora.

A Marcha das Margaridas já ocorreu em outras três edições, em 2000, 2003 e 2007. Nesta trajetória, conquistas históricas são comemoradas e outras tantas ainda reivindicada. Entree os avanços, esse movimento já conquistou a criação do Programa Nacional de Documentação da Mulher Trabalhadora Rural (PNDMTR) e do Pronaf Mulher. Também foi conquistada a implementação de crédito para mulheres assentadas, além da manutenção da aposentadoria para mulheres aos 55 anos. As trabalhadoras também são responsáveis pela criação e funcionamento do Fórum Nacional de Elaboração de Políticas para o Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do Campo e da Floresta.

 

 

Presidenta Dilma Rousseff cumprimenta integrantes da Marcha das Margaridas 2011 ao chegar no Pavilhão de Exposição do Parque da Cidade, em Brasília. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR – Fonte e fotos: Agência Brasil/ MST/CNTE

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