… Que em 1857 foram queimadas vivas pelo patrão por lutarem por condições mais dignas de trabalho. Elas cumpriam jornada de até 18 horas dentro da fábrica;
… que em 1917 organizaram a maior greve de operárias já vista na Rússia e fomentaram as articulações para que a revolução russa quebrasse a escravidão imposta pelo regime czarista;
… que seguem firmes sua luta, na Plaza de Mayo, em Argentina, para não deixar esquecer a ditadura que matou seus filhos e filhas;
… que tiveram a coragem de denunciar maus tratos executados por seus maridos, como a grande Maria da penha, que, além de pensar nos seus problemas, organizou o movimento pela construção de uma lei que as protegesse desse tipo de homem;
… que abrem mão de uma vida individual para viver no coletivo e ajudar nas agruras de outras mulheres, como fez a sem terra Margarida Alves, morta durante um conflito com a polícia. Ela e todos os outros que estavam na manifestavam não empunham nem mesmo uma faca;
… que viveram e ainda vivem ao lado de homens lutadores, como Clara Scharf e Olga Benário. Mulheres que foram e são esposas, mães e líderes;
… que estudaram e pesquisaram novas formas de educar, de ensinar e de fazer educação como Madalena Freire e Flaviana Granzotto que souberam refletir e colocar em prática os ideais de uma educação libertária e autônoma;
… que acordam cedo, que cuidam da sua beleza e da sua saúde, dos seus filhos, alunos e ainda seguem sonhando, fazendo e construindo um mundo mais justo, humano e fraterno.
“Ai de ti, mulher
Se a tua voz faltar
no exato momento em que
calam a tua boca”
Marlene de Fáveri
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