Pouco depois da queda do Talebã, em 2001, a cabeleireira americana Deborah Rodriguez viajou para o Afeganistão como integrante de um grupo que oferecia ajuda humanitária àquele país arrasado pela guerra.
Cercada de médicos, enfermeiros e terapeutas – homens e mulheres cujas habilidades pareciam muito mais necessárias do que as suas –, Deborah, natural de Michigan e mãe de dois filhos, buscava desesperadamente ser útil. Mas, em pouco tempo, ela descobriu que possuía o dom de fazer amizade com os afegãos. E, tão logo os outros estrangeiros que viviam no país descobriram a sua profissão, Deborah passou a ser altamente requisitada por todos os que precisavam de um corte de cabelo decente e também pelas mulheres afegãs, que possuíam uma longa e orgulhosa tradição de administrar seus próprios salões de beleza. Nasceu, assim, uma idéia.
Com a ajuda de empresas e patrocinadores estrangeiros, a Escola de Beleza de Cabul abriu com sua primeira turma em 2003. Bem-intencionada, mas, às vezes, insolente, Deborah tropeçou nas barreiras do idioma, afrontou costumes culturais e teve de fazer constantes malabarismos com os desafios do pós-guerra afegão enquanto aprendia a ensinar às alunas que elas poderiam adquirir autonomia e sustentar a si mesmas e suas famílias dominando as técnicas fundamentais de tintura, corte e maquiagem. O livro é um relato sobre o cotidiano das mulheres afegãs, e da autora, que ousou ajudá-las a escapar da submissão.
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