Propaganda da “deforma” trabalhista dizia que o empregado trataria de suas demandas direto com o patrão. Olhem o que foi assegurado ao trabalhador que foi reivindicar salários atrasados.
A bestialidade empregada no linchamento e morte do jovem congolês (24), Moïse Kabamgabe, não pode passar despercebida pela sociedade brasileira. O crime bárbaro ocorreu no último dia 24, no Rio de Janeiro.
Como escreveu Bertolt Brecht: “Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.”
Lutar por justiça, mas também por educação antirracista é uma das tarefas prioritárias daqueles que se batem por sociedade menos desigual e mais humana.
O ataque aos direitos trabalhistas impostos aos trabalhadores com a aprovação pelo Congresso Nacional da Reforma Trabalhista (2017) após o golpe parlamentar de 2016, traz a necessidade urgente de reverter esse quadro.
O jovem congolês morreu, porque foi cobrar salário atrasado dos empregadores dele. A propaganda da “deforma” dizia que o empregado trataria de suas demandas direto com o patrão. Olhem o que foi assegurado ao trabalhador — uma morte bárbara!
A Contee se soma às diversas manifestações que cobram por justiça e punição aos assassinos. Racismo é crime. Racismo mata.
Brasília, 1º de fevereiro de 2022.
Direção da Contee
Fonte: Contee