Vinte e duas escolas já tiveram que fechar as portas por registro de casos de coronavírus, 10 delas na ilha da Reunião, território ultramarino francês. O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira 4 pelo ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer.
O ministro acrescentou que, considerando-se apenas as turmas fechadas, já foram mais de 100 classes de alunos que cessaram as aulas por conta de pelo menos um caso de Covid-19 em sala de aula. Com mais de três casos confirmados, toda a escola é fechada.
As crianças e adolescentes franceses retornaram às aulas na terça-feira, em mais de 60 mil instituições em todo o país. Desde então, foram apuradas cerca de 250 suspeitas ou confirmações de casos de coronavírus nas escolas. Na maioria das vezes, a contaminação ocorreu fora do âmbito escolar, durante as férias, e antes da volta às aulas, destacou Blanquer.
Em entrevista à rádio francesa Europe 1, ele justificou que o número de estabelecimentos fechados é pequeno em relação ao total e que o balanço inicial da volta às aulas é positivo. “Apesar do medo, todo mundo voltou para a escola e isso me deixa satisfeito”, disse o ministro.
Questionado sobre como os pais fariam para trabalhar se muitas escolas fecharem durante o outono e inverno, ele respondeu que, “caso haja interrupção das aulas em massa, um protocolo apropriado será adotado para ajudar as famílias.”
Segundo Blanquer, o objetivo é não atrapalhar o dia a dia das famílias. Outros países europeus, como a Alemanha, também enfrentam a mesma situação, mas não voltaram atrás na decisão de retomar o calendário escolar.
Crianças se contaminam menos?
Ainda existem muitas lacunas sobre como a SARS-Cov-2 atinge as crianças. Os estudos divulgados até o momento indicam que elas são menos atingidas do que os adultos pela Covid-19, mas transmitem a doença.
As pesquisas não são conclusivas sobre a capacidade de contaminação e a partir de qual idade. Na Europa, elas representam menos de 5% dos casos assinalados, segundo a SPF (Santé Publique France), o órgão que contabiliza o número de infecções, a partir de dados do Centro Europeus de Controle e Prevenção de Doenças. Na França, os menores de 18 anos representam menos de 1% das mortes e das hospitalizações.
Fonte: Carta Capital