Hoje, 11 de outubro, é o “Dia Internacional da Menina”, criado por uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU). A data é pontuada por ações de conscientização em diversas áreas e marca a busca pela promoção dos direitos das meninas e mulheres adolescentes e reconhece a necessidade de se ampliar as estratégias para eliminar as desigualdades de gênero. Essas desigualdades incluem o acesso e o direito à educação, à nutrição, aos direitos legais e a cuidados médicos, e a proteção contra discriminação, violência e casamento infantil forçado.
A celebração teve origem em um projeto da organização não-governamental Plan International, que desenvolve a campanha global Por Ser Menina (em inglês: Because I Am a Girl), que visa evidenciar as situações de violência e preconceito vividas por meninas ao redor do mundo.
Para a ONU, a capacitação e investimento nas meninas são fundamentais para o crescimento econômico, a realização de todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, incluindo a erradicação da pobreza e de extrema pobreza, bem como a participação significativa de meninas nas decisões que as afetam. A entidade busca quebrar o ciclo de discriminação e violência e promover o pleno e efetivo gozo dos seus direitos humanos. Reconhece que capacitar meninas requer a sua participação ativa nos processos de tomada de decisão e do apoio ativo e engajamento de seus pais, tutores legais, familiares e prestadores de cuidados, bem como de meninos e homens, e da comunidade em geral.
Acesso à conectividade
Especificamente para este 11 de outubro de 2021, a ONU reforça a necessidade de diminuir a diferença no acesso à conectividade. De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, meninas são menos propensas a usar a internet (o acesso de meninos à internet chega a ser quatro vezes maior) e a desvantagem do sexo feminino acontece também no acesso a telefones celulares.
Pesquisas indicam que a diferença global de gênero entre usuários de internet está crescendo. Entre 2013 e 2019, o número subiu em 6 pontos, chegando a 17%. Nos países menos desenvolvidos, a diferença chega em 43%. Os dados apontam que pouco mais da metade das meninas e mulheres são capazes de tomar suas próprias decisões sobre sexo, contracepção e outros cuidados de saúde.
A ONU destaca que a divisão digital impacta em outras áreas, como na empregabilidade de mulheres, saúde reprodutiva e autonomia corporal. De acordo com diretora executiva da Unfpa, Natalia Kanem, meninas sem acesso a informações têm mais riscos de se envolverem em casamentos forçados. Ela afirma que não se deve tolerar um mundo digital que reforce a desigualdade e sugere que as ferramentas têm potencial de diminuir a “diferença de poder entre os gêneros”.
Carlos Pompe/CONTEE