Não basta combater a corrupção, é preciso combater o capitalismo

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Não foram poucas as recentes manifestações contra a corrupção organizadas por setores da sociedade por todo o território brasileiro e veiculados pela grande mídia. Estudantes, pais e mães, avós, profissionais liberais buscaram, através do discurso da corrupção na política, driblar a real necessidade de debate:

a luta contra o capitalismo. A corrupção é mola propulsora nas ações do capital. Ela é inerente ao capital e sobrevive porque há corruptos e corruptores. Estas mobilizações dos insatisfeitos não dizem direito ao que vieram e nem o que propõem. Vestes seus discursos com o manto da dignidade para não estão aliados a movimentos que discutam as bases de toda essa corrupção, de todo um estado de disparates e exclusão.

Em recente reportagem publicada pela revista Caros Amigos, estudiosos e intelectuais são entrevistados para darem sua opiniões a respeito desse esquema sensacionalista criado pela direita e divulgado pelos grandes conglomerados da comunicação acerca do combate á corrupção. Buscam ainda desvendar qual o elemento que irradia corrupção pela sociedade brasileira e como devem agir os setores da esquerda.

José Henrique Torres, do Conselho Executivo da Associação dos Juízes para a Democracia (AJD) firma na entrevista que o sistema penal, não consegue e nem vai dar conta de criminalizar tudo o que envolve a ação corruptível. Para o jurista, a corrupção é encarada pelo sistema neoliberal como um problema individual, de desvios de conduta, basicamente, camuflando o debate sobre a causa, preservando o sistema e descaracterizando o centro do debate.

Na mesma entrevista, o professor de História da Universidade de São Paulo, Osvaldo Coggiolla declara que só o combate ao estado burguês é capaz de desestabilizar a inseparável estrutura que une corrupção e capitalismo. “É preciso mostrar o vínculo entre corrupção, negócios, e acumulação capitalista. O problema é que 99% da esquerda renunciou a essa luta, porque renunciou à luta contra o Estado burguês, considerada “utópica”.

Além dos depoimentos dos intelectuais acima citados, a revista traz ainda a opinião de Valter Pomar, dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores e do professor do curso de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo Francisco Fonseca que buscam desvendar toda a mis en scene de apresentadores e repórteres, através da estratégia elaborada pela direita. Indica-se a leitura desta intrigante entrevista para que nossos olhares não se percam na superficialidade do discurso neoliberal.

 

 

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