“Seguimos ocupando terras e derrubando cercas”

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A passos lentos e fortes, eles caminham. Uma leve neblina toma conta do semblante da mãe trabalhadora viúva, que não larga da mão do menino. Aos 8 anos, seu andar também é firme. Firme e determinado em direção a um grande descampado. O que esse campo reserva ao pequeno de 8 anos? Com certeza algo mais do que o sistema lhe assegurou.

A mãe e o filho fazem parte do grupo de trabalhadores rurais sem terra, que, na madrugada de 20 de novembro – data emblemática que lembra Zumbi dos Palmares, liderança negra e escrava- ocupou parte de terras públicas no município de Major Vieira, interior catarinense. A área, considerada terra pública, fica entre os municípios de Canoinhas e Monte Castelo.

São 150 famílias. Gente trabalhadora que viu na organização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, uma oportunidade de sobrevivência, de trabalho, de educação, de partilha e luta por Reforma Agrária, Justiça Social e Soberania Popular.

Durante todo o dia , mais famílias chegaram para a luta. Já chegam a quase 200 famílias ocupando uma terra pública produtiva. Os trabalhadores explicam que ocupar terra é uma forma de chamar a atenção para o problema agrário no país e também manter o trabalhador envolvido com seus laços com a terra e suas riquezas.

Enquanto lutam e aguardam os dias da vitória, homens e mulheres montam suas barracas, fazem o fogo, organizam equipes e já começam a preparar a terra para receber sementes tão fortes e determinadas quanto a luta travada no chão de terra batida.

 

 

 

 

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