Impasse na Negociação Coletiva

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A segunda rodada da Negociação Coletiva 2011, que aconteceu na última terça-feira (22/11), parecia ser um roteiro de um filme enlatado; as falas do representante patronal são sempre as mesmas, ano após ano. Com outra postura, os dirigentes dos sindicatos…

A segunda rodada da Negociação Coletiva 2011, que aconteceu na última terça-feira (22/11), parecia ser um roteiro de um filme enlatado; as falas do representante patronal são sempre as mesmas, ano após ano. Com outra postura, os dirigentes dos sindicatos dos trabalhadores que compõem a Fertraesc apresentam argumentos, fazem análises de conjuntura e se baseiam em pesquisas econômicas, respaldadas no Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.

No início do segundo encontro, os dirigentes apresentaram as principais cláusulas que deveriam ser retomadas, mantendo, sempre, a tônica do slogan da campanha salarial deste ano: “Direito não se reduz, se amplia”.

O presidente do Sinepe/SC, Marcelo Batista de Souza, continuou com seu comportamento previsível, de fazer críticas à CLT, aos altos tributos e ao “governo do PT”. Não poderia ser diferente. Irredutível, o representante patronal não permitiu um diálogo produtivo, condizente a uma negociação.

Ao mesmo tempo em que o patronal não cedia em nada na sua tentativa de mudar algumas cláusulas da Convenção Coletiva de 2009/10, contraditoriamente reforçava sua disposição para negociar. Nessa ambigüidade, os dirigentes cobraram dele um posicionamento claro, se ele estaria ou não disposto negociar.

Sem avanços na negociação

O impasse permaneceu, sobretudo, referente a cláusula da bolsa de estudos. Marcelo do Sinepe/SC, como já é característica sua, continuou soltando frases de efeito: “enquanto os líderes árabes e israelenses conversam, minimizam o sofrimento do povo”. O problema é que na negociação é preciso estabelecer prazos, sendo que interessaria somente ao patronal ficar negociando indefinidamente. Foi neste sentido que o advogado da Federação, Jonni Steffens, orientou os dirigentes a não assinar o documento proposto pelo Sinepe que, mesmo garantindo a data base, expressava que o sindicato patronal não concordava com o Dissídio Coletivo. O sindicato patronal mais uma vez foi irredutível na sua posição, como de costume, unilateral.

Para Jonni, “o que se busca é estender em 30 dias a negociação, sem mencionar o Dissídio Coletivo”. A negociação precisa ser concluída neste prazo, seja para resultar na Convenção Coletiva 2011/12 ou para entrar num novo Dissídio Coletivo.

Encaminhamentos

Ficou acordado entre os seis sindicatos da Fetraesc e o Sinepe/SC que as entidades registrariam no sistema Mediador – do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) – as mesmas cláusulas da Convenção Coletiva 2009/10, com exceção da que se refere à bolsa de estudos e com alteração às econômicas. Esta iniciativa sinaliza a possibilidade de se chegar a um acordo, caso o Sinepe não se mantenha inflexível na sua posição de alterar a cláusula da bolsa de estudos de forma a favorecer somente os gestores de escolas. A próxima rodada de negociação está marcada para a próxima segunda-feira (28/02).
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