Salas de aula lotadas, reformas, ampliações. O sistema educacional privado está se transformando num grande canteiro de obras. O que se vê, por todo o país, segundo dados da professora Aparecida Tiradentes, são grandes empresas que nunca tiveram envolvimento com o setor educacional, voltando seus investimentos para este “nicho” de mercado.
Aparecida Tiradentes é pesquisadora na Fiocruz no Rio de Janeiro e vem estudando esta ampliação do setor privado, principalmente no ensino superior. “O que se vê são grandes empresas, inclusive com capital estrangeiro, investindo e adquirindo grandes sistemas e grupos educacionais, isso vem acontecendo em grandes proporções por todo território brasileiro e também nos países vizinhos como Argentina e Uruguai” explica a professora.
Outro fator muito errado e deliberadamente estranho foi o aumento das mensalidades, bem acima da inflação. De acordo com o DIEESE, as mensalidades tiveram um reajuste de até 10% em alguns estados, contra um índice de 6% de inflação. Ou seja, as instituições de ensino justificam altos gastos com materiais e folhas de pagamento, porém, tanto o reajuste dos materiais quanto os salários são baseados na inflação, se a empresa aumento mais, neste caso uma média de 4%, há um capital excedente nesta aritmética.
Os sindicatos sabem que há um lastro possível para a negociação do ganho real nestes tempos de campanha salarial, por isso, estão unidos em torno de uma só voz:
“Ganho real, dá sim!”.
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