A voz é um dos principais instrumentos de trabalho do educador. Sem ela, é muito complicado repassar conteúdos, controlar as turmas, interagir com alunos, intervir nos trabalhos e dialogar com a classe e com cada estudante.
Porém, poucas vezes nos damos conta dos cuidados que devemos ter com a saúde das cordas vocais.
Pensando nisso, o SINPRO conversou com a fonoaudióloga Paraguaçu Morgado, de Balneário Camboriú, para conversar sobre este assunto e repassar dicas de cuidados e conservação da voz do educador. A profissional alerta que é muito importante que os professores atentem-se para os cuidados com a saúde de sua voz buscando atitudes corretas e responsáveis, que garantam resultados positivos para a saúde como um todo e também no dia a dia do seu trabalho.
Hidratação e alimentação adequada
“Uma das estratégias para cuidar da saúde da voz é a hidratação frequente. Tomar água durante o trabalho é uma atitude simples, mas que traz um enorme resultado” explica a fono. De acordo com as pesquisas nessa área, a água reduz a quantidade de muco e a sensação de garganta seca. “Especialmente para quem utiliza a voz profissionalmente, como é o caso dos professores, é aconselhável beber entre 8 a 10 copos de água por dia, em temperatura ambiente, em pequenos goles para manter a garganta hidratada” aconselha Morgado.
A alimentação adequada também é um excelente aliado na conservação da voz. Grãos, frutas e verduras devem ser ingeridos sem moderação. “A maçã, especialmente, tem função adstringente, que limpa o trato vocal responsável pela ressonância. Mastigá-la devagar também ajuda no relaxamento da musculatura envolvida e melhora a articulação da fala” orienta a fonoaudióloga. Ela informa ainda que alimentos derivados do leite produzem maior quantidade de muco, gerando muito pigarro.
Estudos também apontam que balas, pastilhas e sprays para a garganta devem ser evitados pois mascaram algumas sensações que são sinais de alterações vocais. A profissional explica que muitas vezes estes artifícios tem efeitos anestésicos, fazendo com que algumas patologias passem desapercebidas. Medicamentos como estes devem ser utilizados apenas com orientação médica.
Mudanças de temperatura, atividade física e respiração
O entra e sai de salas com ar condicionados e a ingestão de líquidos em temperaturas demasiadamente quentes ou gelados causa o chamado choque térmico, que é um verdadeiro vilão para a saúde vocal. Isto porque o choque térmico ocasiona uma mudança vascular que pode levar, momentaneamente, a uma baixa na imunidade, causando edemas, aumento de secreção de mucos ou até processos inflamatórios mais graves.
Paraguaçu sugere que o educador também mantenha em sua rotina diária uma programação com atividades físicas, que relaxam o corpo como um todo e aumentam a resistência corporal, o que contribui diretamente com a fonação. A postura corporal também deve ser observada, já que interferem no movimento cervical e na musculatura laríngea. “Outro requisito fundamental para a saúde vocal é a respiração” informa, completando “ela deve estar sempre em coordenada com a fala evitando tensões na laringe.”
Vestuário, cigarro e bebidas alcoólicas
Usar roupas confortáveis que não apertam a cintura nem a região do pescoço, deixa o corpo mais relaxado, permitindo a livre movimentação para escrever no quadro, falar com alunos e andar pela classe. Além disso, usar sapatos de saltos baixos ou médios permitem maior apoio e equilíbrio corporal.
E para finalizar, Paraguaçu relembra que cigarros e bebidas alcoólicas são os principais inimigos da voz e do dono da voz. A fumaça do cigarro atinge diretamente as cordas vocais, onde a nicotina se instala, tornando a voz, em geral mais grossa e com dificuldade de projeção. Já a ingestão frequente de álcool provoca o relaxamento, porém pode provocar irritação na mucosa do aparelho fonador.
São pequenos cuidados que ajudam a cultivar da saúde da voz e a saúde do dono da voz. Cuidados frequentes hoje para uma vida mais tranquila e saudável sempre. Pense nisso!
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