Uma volta ao mundo sem sair de Itajaí

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Para quem esteve ou vive em Itajaí, percebeu, lá pelas cercanias do centro da cidade, perto de onde o rio faz a curva e desemboca no mar, com certeza viu uma euforia diferente,

um trânsito um pouco mais lento, uma sonoridade diferente e até alguns rostos com traços mais europeus circularam por estes asfaltos.

Movimento natural, afinal , a cidade do rio que corre entre as pedras hospedou, por cerca de 18 dias, velejadores que correm o mundo dentro de um veleiro, com o patrocínio de uma grande marca de automóveis, caminhões, ônibus…

Um evento grandioso, sem dúvida. Penso que nenhum itajaiense, ou visitante passou imune pela Vila da Regata. Foram atrações, exposições, shows e os barcos e todas as histórias que carregam das aventuras e andanças pelos oceanos.

Até onde se sabe, ou se comenta, ou se lê nos jornais locais, a Volvo Ocean Race, que é o nome pomposo dessa corrida de veleiros, considerada a fórmula 1 dos mares, aportou em Itajaí por conta da posição geográfica, dos bons ventos, da mobilidade e acesso, pela infra estrutura.

“A visibilidade que a cidade teve, com mais repercussão em mídias também foi importante, mas e agora, Itajaí? Como assumir essa postura mais ‘cosmopolita’ e ao mesmo tempo valorizar a cultura, ampliar os horizontes educacionais, implementar verdadeiras políticas ambientais, construir na cidade este conceito tão falado de sustentabilidade? Como não deixar-se envolver por discursos políticos e inflamados?

Concordo com o prof. Nahor Lopes, dirigente do SINPRO quando questiona sobre esta dualidade que a VOR trouxe para a cidade. Por um lado, um evento espetacular, belo, recheado de histórias e por outro uma cidade que ainda caminha a passos lentos para a qualificação dos seus trabalhadores, na saúde pública, no meio ambiente e no sistema educacional.

“Agradecer o prefeito pela regata é meio estranho né? É a mesma coisa que agradecer o Lula e a Dilma pela Copa do Mundo de 2014, sendo que o evento é da FIFA. Aliás, nem a FIFA se agradece do jeito que se comporta por causa dessa Copa! Não acho bom usar a regata como um trampolim político. Penso ser importante focar na avaliação do evento, e principalmente olhar para os velejadores e outros náuticos de nossa cidade com mais valor” publicou Nahor.

Considerar e valorizar a população urbana e rural desta cidade, valorizar a produção científica e cultural de nossa gente, implementar efetivos programas de sustentabilidade e preservação ambiental, além de respeitar a legislaçaõ ambinetal já existente devem ser as verdadeiras lições que a cidade aprendeu sem sair do lugar. Só que aprender é uma ação que não para nunca. Sigamos adiante e com olhar crítico e propositivo.

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